segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sobre escolhas


O humano. Criatura interessante, ser ambicioso, sempre disposto a alcançar maiores metas, explorar novos horizontes, conquistar grandes terrenos e vencer todas as batalhas.

O humano. Ser pensante, inteligente. Não o único. Há animais outros igualmente inteligentes, mas o ser humano é o único que sabe que sabe. Tem consciência de que é consciente, de que pensa.

O humano. Sendo consciente de sua consciência, é capaz de escolher, de optar. Tem a incrível, fantástica, capacidade de recusar a um bem próximo e apetecível aos sentidos ou sentimentos por um bem distante igualmente ou mais apetecível.

(Pausa para um lanche)

Escolher. Propriedade que o torna capaz de classificar e dar preferência a algo entre as demais opções.

Na busca de maiores metas, ao explorar novos horizontes, na conquista de grandes terrenos e durante as grandes batalhas, está o ser humano apto a analisar as opções, observar os detalhes e tomar atitudes de acordo com seus desejos e ambições. Que lutas lutar? Que horizontes explorar? Que terrenos conquistar e que metas buscar?

Deve o ser humano optar por aquilo que o engrandecerá, que o tornará memorável e o fará parte da história dos seus? Ou deve ele escolher o que o fará pleno em si, satisfeito e feliz? Quando as duas opções se encontram? Quando se conflitam?

Ser consciente de sua consciência e inteligência traz ao ser humano a responsabilidade sobre si e seu futuro. Ser consciente exige dele a percepção de si e do mundo; exige o conhecimento de desejos supérfluos e desejos que realmente o satisfarão; exige seu posicionamento de forma individual ou coletiva. Qualquer que seja a escolha, em geral, ela é feita conscientemente.

Ser inteligente é diferente. Ser inteligente exige que, consciente de que deve e pode escolher entre as opções, selecione dentre todas a mais importante.

2 comentários:

  1. É isso ai Miguel,

    podemos dizer ainda que no homem a aprendizagem é muito mais importante que o instinto. Como ocorre nos animais, nossa vida não é automática, temos pela frente a tarefa de resolvê-la. O que é propriamente humano é a capacidade de criar fins para si mesmo e de escolher os meios para concretizá-los. Isto é a liberdade: o homem é dono de seus fins.
    Diz-se, então, que a conduta humana é iniciada pelo conhecimento intelectual. Assim é rompido o circuito estímulo-resposta do homem e por isso, o homem é um ser que está acima da ditadura do instinto e sua reação não é automática. Isto quer dizer também que, no homem, a satisfação do instinto exige a intervenção da razão. Por isso, uma conseqüência direta de tudo isso é: se o homem não controla seus instintos mediante a razão, não os controla de maneira nenhuma. Se o homem não se comporta segundo a razão, seus instintos se tornam desmedidos, coisa que não sucede com os animais e, se o homem não for racional, é pior que os animais.

    Abraços

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