Em meio a tudo isso, os dois companheiros tentavam manter a calma, e, mais do que isso, levavam tudo numa boa, fazendo atá piada de tudo aquilo:
- Daqui a pouco a gente vai ter que gritar pra ouvir um ao outro.
A manhã passou sem nenhum transtorno, fora o barulho intenso, e pra variar sem nenhuma visita, ou trabalho. Pela tarde, no almoço, os dois conversavam sobre sua situação, sem jamais perder o bom humor.
- Eu estava pensando aqui - dizia Marcos. Já imaginou o dia em que tiver uma festa lá em cima? Ou sexta-feira a tarde, em que tiver um happy-hour?
Ronaldo riu longamente e completou:
- E já pensou no nosso aniversário? Vai ser eu e você lá embaixo com um bolo e assoprando velinha, mais ninguém.
Os dois riram da tragicomédia em que estava virando seu trabalho.
Pela tarde, após o almoço e a sesta, os dois separavam pilhas de documentos para serem arquivados. As folhas velhas e empoeiradas deixavam suas mãos ásperas e seus narizes sensíveis e alérgicos. Para trabalhar melhor e sem riscos, passaram a usar luvas de borracha e máscaras de proteção. Pareciam estudantes de medicina em suas primeiras aulas de anatomia: todos protegidos e cuidadosos.
Os ruídos da construção continuavam intensos e juntando-se ao trabalho chato e entediante de separação dos papéis, levaram Marcos a perder a tranquilidade que até agoa havia mantido. Sua cabeça latejava de dor e sua vontade era de abandonar o posto e voltar só na segunda-feira. No entanto, decidiu-se por aguentar firme as últimas horas antes do fim de semana e manteve-se trabalhando.
A cabeça latejava loucamente, e os olhos se fechavam constantemente para aliviar a dor. Para tentar esquecer a dor e deixar de lado o tédio, Marcos relembrou a conversa que tiveram no almoço sobre as festas e o abandono.
- Ronaldo, com esse barulho todo, e esse abandono em que estamos aqui em baixo, cara, sabe o que a gente pode fazer?
Os dois riram por muito tempo, completando a piada com elementos mais sórdidos ou não. É claro que fora apenas uma piada, e que jamais um dos dois pensaria em realmente matar alguém.
Barulho, poeira, dor, risadas incontroláveis... mais barulho... ideia... barulho... martelo... ideia... não seria um bom passatempo? Um desafio, quem sabe???
Haveria ali algum armário vazio e sem tranca???
TADÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!! =S
Não perca o próximo episódio: a ideia ganha vida, mas quem será a vitíma???
É endoideceu!
ResponderExcluirPreciso passar um texto para vc ler, Migows. Fala sobre o lado literário dos servidores. Em você vejo o texto em questão tomar vida! Hehehe!
Beijo e boa sorte, amigo!