domingo, 5 de julho de 2009

Sobre o pôr-do-sol

Ao pôr-do-sol tudo se desfaz. O brilho intenso que alegra o dia e o calor gostoso que o esquenta se dissipam com o frescor da noite e a penumbra dos jardins. As crianças saem do parquinho e voltam às casas, sujas, cansadas, para tomarem seus banhos a contragosto. Os carros empoleirados das garagens começam a se movimentar e, aos poucos, um a um, vão deixando suas vagas insólitas e desoladas dos grandes prédios de trabalho para se dirigirem ao aconchego do lar.

Ao pôr-do-sol alguns insetos saem de suas pequenas tocas enquanto outros se escondem até o raiar do novo dia.

Ao pôr-do-sol o astro-rei deixa sua marca e o que era azul torna-se escarlate, e o firmamento se prepara para receber os pontos estelares e a branca da noite que, fixados para sempre em suas memórias, darão vida a sentimentos, histórias e canções. A lua desponta bravia e reluzente, as estrelas surgem brilhantes, tímidas e sem-graça, como que adivinhando que ainda não chegou sua grande hora, mas já será noite e ela há de chegar.

Ao pôr-do-sol tudo se desfaz para dar lugar a uma nova criação.

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