terça-feira, 6 de julho de 2010

Sobre o começo...

Vou contar-lhes uma história.

Em um lugar muito afastado deste lugar em que vivemos; em um lugar que não pode ser alcançado com veículos - por mais rápidos que eles sejam -, com os pés, ou de qualquer outra forma física; em um lugar que só se pode chegar com as ideias, as fantasias e os sonhos; neste lugar, cheio de mistérios e interrogações, reside um pequeno menino, um menino bem pequeno, chamado Clauss.

Clauss vive ali. E, por enquanto, isso é tudo que precisam saber sobre ele.

Ali, onde Clauss vive, é um país maravilhoso, repleto de livros de histórias e histórias e histórias. Os habitantes desse país, Ali, nada fazem se não ler e ler e ler. Eles lêem o tempo todo, e durante todo o tempo estão lendo. Os livros simplesmente existem e ninguém sabe quem os escreveu, ou quem os pôs em Ali. E tão pouco isso importa, pois são tantos e tantos e tantos os livros e as histórias, que jamais faltarão histórias para serem lidas. E por mais que um dia algum habitante tão sedento por livros e histórias venha a ler todos e todos e todos os livros, ele poderá muito bem recomeçar, pois serão tantas as histórias e tão grande será o tempo transcorrido para ler todas elas, que quando recomeçar, será como na primeira vez.

Vocês podem pensar que é muito estranho um país ser cheio de livros, e os habitantes desse país não fazerem nada e nada e nada além de ler. Sim, é estranho, mas lembrem-se que esse país é bem diferente de todos os outros que vocês já visitaram, pois só se chega até Ali pelas ideias e pelos sonhos.

Em Ali não há regras como comer, beber e conversar. Apenas ler. Por isso, Ali é cheio de mesas e cadeiras, e puffs e redes armadas em pilastras. E nas paredes há ventiladores para os dias quentes, e em algumas salas, lareiras para os dias frios, e cobertores também. Vocês podem estar se perguntando quem sai para cortar a lenha, ou quem lava os cobertores. Pois, a lenha sempre está na lareira, e na lareira sempre há lenha, e o fogo arde sem a consumir. E os cobertores sempre estão limpos, sem que se seja preciso lavá-los. Simples assim, sempre limpos.

Há ainda uma informação muito importante e fantástica para se dizer de Ali, de seus livros e de suas histórias. Quando um habitante de Ali abre um livro e começa a lê-lo, a história que está sendo lida acontece. Sim, acontece como suas vidas estão acontecendo agora, de verdade. Em algum lugar misterioso do Universo, cidades surgem, pessoas respiram e monstros assustam, como disse, de verdade. E a história, na medida em que é lida, se desenrola nesse lugar misterioso do Universo, e o habitante de Ali que lê a história, não pode parar de ler até que a história chegue ao fim, por que assim ele estaria matando a todos. E quando a história chega ao fim... bem, aí não se sabe ao certo o que acontece. E isso é tudo o que posso dizer.

Voltemos, pois, a Clauss...

O pequeno Clauss tem apenas 50 centímetro de altura. É bem pequeno mesmo, mas isso não importa no país Ali, pois há tanto pessoas muito grandes, quanto pessoas muito pequenas, e todas elas se respeitam e se ajudam. O pequeno Clauss de 50 centímetros tem orelhas pontudas, dedos enrugados. Sua pele é da cor... bem, não importa a cor de sua pele, tampouco importa a sua aparência. Quer saber mesmo como é Clauss? Clauss é imaginativo, amigo e verdadeiro. Nas poucas vezes que conversa com alguém - no intervalo de leitura entre um livro e outro - procura realmente compreender a pessoa. Ele não faz muitas perguntas, apenas as necessárias para que a pessoa se sinta acolhida para falar. Ele ouve, e isso o faz ser tão verdadeiro. Talvez um dia eu e você aprendamos o que isso quer dizer.

A imaginação de Clauss é sua principal característica. É o que permite a ele ser tão especial em seu país. Quando a imaginação de um habitante de Ali é muito viva, os livros que ele lê são mais reais, acontecem de verdade verdadeira, com uma intensidade... intensa. Quando a imaginação é curta, fraca, a história acontece sem emoção, e no lugar misterioso do Universo em que ela acontece, é como se a realidade estivesse piscando todo o tempo, como uma chama que quer apagar.

Com a imaginação tão viva de Clauss, por várias vezes ele já pôde ouvir a história que estava sendo lida. Já pôde sentir os cheiros, quando na história alguém sentia cheiro, os gostos, quando na história alguém comia, ou o vento sobre seus ralos cabelos, quando na história o vento soprava. E quando Clauss contava isso nas tertúlias noturnas que participava, todos se admiravam e sentiam vontade de ser como ele.

...

4 comentários:

  1. Clauss é a sua mente que vive submersa aos livros? Ali é o que você imagina de Paraíso??

    ResponderExcluir
  2. Tem outros países como Ali entao...onde a regra pode nao ser ler, mas uma outra... e todo o resto pode ser parecido.

    ResponderExcluir
  3. dançar por exemplo... a regra é dançar... as pernas existem pra isso... quando as pessoas dançam a música cmeça a tocar... e a música vai depender de como vc dança... se vc dançar apaixonadamente, com intensidade a música vai ter som disso... ela pode ter som de desanimo, vingança, alegria... ouvir a pessoa é ouvir a música que sai da sua dança... admirar a pessoa é admirar a música da dança... nunca se admira a música sem se admirar a dança, e vice-versa. A dança vai ser binita pelo sentimento colocado nela e nao pelos passos elaborados e melhores e mais dificeis... isso na verdade depende do tanto que se dança... que depende do tanto q se ama dançar... se vc ama dançar entao vc tem dom para dançar tb. Se nao vc pode viver em outro país.

    ResponderExcluir
  4. Algo me diz que Ali seria o sua perfeição de país. E a Mariana descreveu o dela... uahuahauahu

    Posso ter um país cheio de criança ao meu redor pra poder amassar e brincar??? uahauhau

    P.S.: o visual do site ta massa, mas esse fundo preto com letras brancas ta difícil de ler. =S

    ResponderExcluir