João se encontrava assim, sentindo a brisa arrancar-lhe o excesso de calor do rosto, deixando a temperatura na exata medida. Apenas fechava os olhos e ouvia os sons vindos de tudo o que havia em volta. Quando estava quase se esquecendo de que estava ali, percebeu que alguém sentava ao seu lado.
Abriu os olhos, forçando a vista contra o sol, virou o rosto e viu uma bela garota ofegante. A menina pedalava, e sua bicicleta estava agora encostada no banco.
- Quer um pouco de água? - disse João, oferecendo sua garrafa a ela.
- Não, obrigada - respondeu ainda ofegante. Não se pode vir pedalar sem sua própria provisão.
A garota se virou para a bicicleta e retirou sua própria garrafa d'água. Deu um largo sorriso para João, uma breve piscada (Uou! que maravilha de garota!), abriu a tampa e percebeu que a garrafa estava vazia.
- Nossa! Que furo. Estou tão cansada que nem percebi que precisava de mais água. Você tem um pouco?
João não respondeu. Ficara encantado com os movimentos da garota. Sua piscada, o movimento de seus cabelos. Sem perceber, ficou parado olhando para ela, boca semi-aberta, sem piscar. A garota deu uma risadinha. Provavelmente já estava acostumada com essa reação.
- E, então? A oferta ainda está de pé? Posso beber um pouco de água?
João disfarçou a cara de bobo com um sorriso.
- Não costumo emprestar coisas a estranhos. Minha mãe não deixa - disse em tom de brincadeira.
A garota deu uma longa risada, inclinando a cabeça para trás e mostrando o pescoço. Um lindo pescocinho branco, aos olhos de João. O suor que lhe descia da face e escorria até o ombro só fazia aumentar-lhe a beleza. João gostava de esportes e encontrar uma garota tão bela no parque que aparentemente partilhava deste gosto animou-o.
- Aqui. Pode tomar quanto quiser - disse, estendendo a garrafa à garota.
Os dois se deram um breve aperto de mão, tímido. Conversaram sobre o tempo, o clima e o gosto pelo esporte. Naquela tarde apenas conversaram. O sol se pôs e os dois continuaram sentados no banco. O calor virou uma fria brisa noturna; os meninos brincando foram substituídos pelo canto dos grilos e até mesmo por alguns vaga-lumes. O céu não estava bem estrelado pela noite, mas puderam gastar alguns minutos contemplando-o.
João aproximou sua mão da de Clarice. A garota tremeu, mas desculpou-se dizendo que era o frio. Ficaram mais alguns minutos assim, em silêncio. Despediram-se sem trocar telefones, e-mails ou outra coisa.
Foram pra casa mais leves, cantando para si e sem se importar com ninguém.
No dia seguinte, João estava no mesmo banco, no mesmo parque, na mesma hora. Estava com uma garrafa cheia d´água e sem compromissos marcados para aquela noite.
Sorriu.
Quer casar comigo???
ResponderExcluirGRaças a Deus o Davi não lê isso aqui!
hauihauihaiuhaiuah
Ensina ele a escrever...
To por aqui pela primeira vez! ;)
ResponderExcluirAdorei o texto! Que leve! Que gostoso!
Praticamente vivi a história lendo o texto!!
Legal!!! ;)
bjooo