sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre a estrada...

Às vezes me vejo sem a noção de estar em mim. Volto ao mundo real de repente, e percebo que por alguns minutos não estive aqui. Sensação estranha de viver sem estar presente, ou de estar presente sem viver. É uma leve e curta ausência do ser, seguida por um dar-se conta.

É que todo dia é sempre assim: o dia vai passando, a rotina se repete e eu esqueço da importância de sentir de novo - mas de maneira diferente - a mesma sensação de ontem e da semana passada. Pra quê? É tudo sempre igual. Ligo o motor na banguela, coloco no ponto-morto (não há melhor analogia), deixo o carro descer a ladeira... e as horas voam como o vento na janela, sem que eu passe a marcha, ou reduza ou faça a curva. Apenas sigo em frente e passo o dia sem perceber que sou eu o condutor, que ainda tenho a obrigação e o direito de dirigir a minha própria vida. Ainda tenho o dever - e ninguém o realizará por mim - de rumar para onde realmente quero chegar.

E ninguém o realizará por mim. Não há barreira policial me impedindo de seguir em frente na rotina e na mesmice. Toda a pista está vazia e livre para que eu continue o mesmo caminho, sempre e sempre, por quanto tempo eu desejar. Mas, quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe... diria o pequeno príncipe.

Talvez seja preciso virar, ou dar meia volta, sei lá. De repente - sem ser tão radical - parar num posto e comer algo, ou apenas aprecisar a paisagem. Tirar umas férias, quem sabe.

Quem sabe? Se houver combustível para isso...

Mas tlvez a estrada que eu tomei esteja mesmo me levando para um bom lugar... quem sabe?

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