segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sobre despreocupar-se

Mais uma vez se via sem iniciativa diante de tantas coisas que aconteciam em sua vida. O propósito de ano novo de ser mais seguro de si, confiante e proativo já ia se desfazendo logo nas primeiras semanas do ano. A consciência de que tão pouco dependia dele impedia-lhe de agir, fazendo com que permanecesse parado, quieto, sem movimentos e perdido entre um ato e outro do teatro em que viraram seus dias. Um teatro em que o ator principal parecia ser... o acaso talvez.

Mas, pensava consigo, que podia fazer se pouco dependia dele? E isso não era fuga, tampouco era desistência. Era fato consumado. Doloroso, mas fato. Dessa forma, cansado de lutar contra forças que não podia mover, decidiu que gastaria suas energias em algo em que pudesse fazer diferença real e substancial. Entregou-se ao acaso naquilo que não mudaria, desprendeu-se da preocupação de fazer dar certo e relaxou pela primeira vez desde as zero hora do primeiro dia do ano. Percebeu que o peso de fazer novo o que era velho impedia-lhe de saborear a beleza da mudança e que a mudança não aconteceria se permanecesse pregado de preocupação e culpa.

Ao se permitir não agir e não tentar controlar tudo ao seu redor, potencializou energias naquilo que poderia mudar. E começou assim, primeiro um passo, depois outro, na esperança de ir longe, bem longe e, quem sabe um dia, poder voar.

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