quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre estar diante do mar

Sozinho... com o mar. Enfrento suas fracas ondas, cuidando pra não me perder de mim.

Vejo no oceano um barco a navegar distante. Será que o marinheiro vê que eu o vejo e invejo? Será que olha para mim de longe e ri de meu desejo tolo? Quisera agora estar em seu lugar, com o mar ao meu redor e nada mais, o infinto me cercando por todos os lados, e eu, pequeno, me deixando engolir. Será que, ao contrário de mim, ele deseja voltar e estar em meu lugar?

Fecho os olhos e escureço-me. O vento e o mar soam perto e levam pra longe minha alma, que só quer estar ali. E o pensamento voa, como a andorinha sozinha que se perdeu das outras, mas está feliz pela liberdade que adquiriu.

E bate forte em meu peito o desejo intenso de me lançar ao ar. Jogar-me ao mar, e deixar que as ondas me levem pra onde quiserem, sem rumo, sem direção, sem data pra voltar. Pois estou cansado de querer ser muito e me pergunto o que é a vida, senão o querer ser parte de um todo muito maior, como uma gota em um imenso oceano sem fim.

2 comentários:

  1. Nunca satisfeito de onde estamos, de nossa posição no mundo! E não sei... "estou cansado de querer ser muito..."
    =/

    Comentando de mais, né?!

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  2. "Fecho os olhos e escureço-me." Gostei disso!!! =)

    E não sei... "estou cansado de querer ser muito..." [2]

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