terça-feira, 16 de junho de 2009

Sobre um rumo

Ao nascer do sol, os dois caminhavam lado a lado, rumando para o mesmo rumo. Olhavam para o mesmo horizonte e silenciavam as mesmas palavras, que não precisavam ser ditas, pois eram repetidas a cada pulso do coração.

Ah, o coração. Certa vez ele quisera arrancá-lo a não ter que deixá-lo sangrar, de novo. Mas isso fora antes dos caminhos cruzados, dos olhares trocados e do toque das mãos. Agora a presença era imponente e preenchia o vazio que outrora o maltratava. O coração agora se alegrava, juntamente com os lábios que sorriam e se tocavam e as mãos que se entrelaçavam e firmavam um compromisso de não mais se soltarem.

E os dois caminhavam lado a lado, rumando para o mesmo rumo. E soavam as mesmas notas ao pisarem as folhas secas de outono. E contemplavam o mesmo sol, que fazia dia e noite serem tão distintos quanto o antes e o depois.

E apenas caminhavam... lado a lado... ao pôr-do-sol... quando os dedos se tocaram... e a brisa levantou os cabelos, que escondiam um lindo sorriso... e os olhos se encontraram... e contemplaram o mesmo rumo...

Um comentário:

  1. Me lembrou... "Por não estarem distraídos"... o assunto é totalmente contrário, mas esse jeitinho de dizeer descrevendo... amei o tipo!

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