sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Confissões de uma mente rabugenta

GENTE!!! TUDO O QUE ESTÁ ESCRITO AQUI NESSE POST É BRINCADEIRA!!! hehehe =P
EU NÃO PENSO ASSIM!!! E, PRA QUEM NÃO SABE, ESTE ANO TIVE O MELHOR ANIVERSÁRIO DA MINHA VIDA!!! =D

Sério, todo ano é a mesma coisa.

Você faz promessas de alcançar objetivos inatingíveis, se propõe a ser uma pessoa melhor (como se isso fizesse diferença na vida de mais alguém que não só a sua), promete ser uma pessoa mais madura e mais vivida para o ano seguinte e aquele monte de outras coisas lá. 365 dias depois você percebe que não fez metade disso tudo - mais por sequer se lembrar do que prometeu do que por não conseguir realizar - e promete que: "Ah, esse ano vai ser diferente, estou mais maduro, mais decidido, tenho mais dinheiro, mais tempo". Aham, Cláudia, senta lá!

E não são só as promessas e os propósitos o problema, todo o clima que se forma nesse época do ano é propícia para uma encheção de saco tão grande, mas tão grande que faria inveja em Papai Noel.

Não, não tô falando de "ano novo, vida nova". Ainda não é sobre o ano novo. Eu tô falando de aniversário. É! Todo ano é a mesma coisa. E eu odeio muito tudo o que acontece.

Vamos começar pelo mais óbvio. Pensa: você está prestes a ficar mais velho, a acrescentar uma unidade (às vezes uma dezena) à sua idade, e ainda é obrigado a comemorar, festejar, como se tudo estivesse indo muito bem. Não, não está bem. Eu odeio ter que comemorar. Eu estou mais velho, os anos dourados da minha juventude estão passando, melhor, escorrendo pelas minhas mãos como água e eu, que nem sei se estou aproveitando toda essa riqueza, sou obrigado a agradecer por me aproximar inexoravelmente de um trágico fim temido por todos, quisto por ninguém! E ainda tenho que sorrir. Daqui a pouco serei um velho rabugento e reclamão usando chafões do tipo: "No meu tempo", "quando eu era jovem". Daqui a pouco, terão se passado os fins de semana em que eu saía com meus amigos e badalava até não poder mais, chegando junto das cocotinhas e fazendo sucesso nas quebradas. Vão-se os anos, ficam as rugas.

Outra coisa que odeio é aquela titia que não te vê faz tempo. Ai ai... "Oi titia, eu sei que estou maior do que há 10 anos atrás, quando você me viu pela última vez. Sim, titia, você se lembra que me pegou no colo e tudo o mais, o que só comprova duas coisas: 1- eu sou um ser humano normal que cresce como todos os outros, 2- você é velha! E não, eu não tomei chá de bambu ou coisa que o valha". Silêncio... ela lhe entraga um pacote embrulhado de presente. "Ao menos isso", você pensa. E quando abre, diz: "Oh titia, obrigado pelas meias e cuecas, eu estava mesmo precisando".

Hoje em dia tem gente dizendo que não está 1 ano mais velho, está um ano mais novo que ano que vem. Bom dia, amiguinho, ano passado você estava 2 anos mais novo que o ano que vem. O que dá na mesma. Matemática básica.

E a preparação, hein? Uma semana antes do aniversário sempre tem aquele velho amigo que pergunta: "E a comemoração? Vai ser quando e onde?". Oi, deixa eu te contar, eu já enviei por e-mail, tá? Se você não recebeu é por que não foi convidado. Mas você não diz isso. Sorri, coça a cabeça pra disfarçar e diz: "É, assim que eu decidir eu aviso". Chega em casa, abre o e-mail e convida o chato logo. Tem também aqueles que querem fazer o aniversário por você: "Marca numa pizzaria, avisa que é 19h30, mas chega às 19h pra reservar o local. Quer que eu mande e-mail pra todo mundo? Chamou o pessoal da faculdade? E do trabalho? Quer ajuda com alguma coisa? Posso te levar de carro pra você poder beber...". E intermináveis sugestões que terminam dando vontade a passar o dia em casa, longe de tudo e todos.

Enfim, cada ano que passa são comemorações acumuladas. É inevitável também comparar a desse ano com a do ano passado. "Eita, tem bem menos gente. Eu estou ficando chato, rabugento e afastando as pessoas, ou será que estou sendo mais seletivo, tendo só bons amigos, em vez de vários amigos?" No meu caso, é aparente que estou sendo mais seletivo, mas de qualquer forma, a comparação acontece e temo a chegada dos dias em que me tornarei chato e ranzinza. E esses dias, por mais que tardem, hão de chegar. Sei que hão.

E o pior é ter que aguentar as piadas desse ano, por causa de meus 24 anos. ¬¬