quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Sobre heróis e dragões
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Sobre uma tarde agradável
O Sol fabricava um mosaico de luz e sombras sobre suas pernas. Eles apreciavam aquilo e deixavam-se tocar pelo vento e as horas passavam por eles sem constrangimento.
João lembrou-se de quando era criança, de como costumava subir em morros como aquele com uma folha de papelão em mãos, e de como descia o morro escorregando sentado sobre o papelão. Lembrou-se de como se machucou vária vezes nessa brincadeira, e das muitíssimas vezes em que a bunda saía dolorida ou o corpo todo pinicado.
- E como era bom. Subia a ladeira, esperava algum amigo descer e ia atrás dele. Às vezes até nos esbarrávamos lá em baixo, quando havia algum apressadinho. E ríamos...
- Que criança nunca fez isso, né? - lembrou Maria.
- Bons tempo aqueles - disse João, olhando distante, para os carros que passavam na rua a vários metros de onde estavam.
Maria também recordou sua infância. Pular amarelinha, elástico. Contava com uma amiga os carros que passavam na rua. Se passassem mais carros vermelhos, ela ganhava, se passassem mais azuis, quem ganhava era a amiga. E brincar de boneca? Era criar um mundo sem problemas e onde o tempo e a distâcia simplesmente não existiam. Criava-se um mundo ideal, em que não haviam discussões ou dores.
- Esse era o meu mundo de criança - a garota completou. - E penso que deveria ser o mundo de todas as crianças. Um mundo de sonhos e de muitas possibilidades. Um mundo de todas as possibilidades. O pior pecado contra a humanidade é privar os pequenos da imaginação, de viajar em seus sonhos e conquistar em suas mentes um mundo mais digno para todos. Só assim elas crescem capazes de acreditar, criar e transformar a realidade.
- Quando paramos de sonhar... - disse João pausadamente, como que descobrindo naquele momento o que iria dizer - ... é então que crescemos?
- É - respondeu Maria melancolicamente. - Acho que é isso.
- Eu não quero crescer Maria.
- Eu também não, João.
E passaram o resto da tarde contando os carros que passavam. E - quem ganharia a partida - aquele era o único problema a ser resolvido. E foi agradável assim, como as coisas simples devem ser.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Sobre o que é nosso...
A solidão de dar um passo sozinhos e sem braços que nos sustentem. E caminhando seguiremos, com rostos e mãos conhecidos ao nosso lado. Mas, aqui dentro, o que nos impulsiona a caminhar é nosso, e somente nosso.
E aí mora a solidão...